O conteúdo deste post, já começa a ser habitual nos últimos tempos. Um jornalista da Imprensa Escrita a plagiar conteúdo, ou então não e é só coincidência.
Alertado por mail da
Siri, chegaram à minha "mesa de trabalho", dois links que falam sobre as propostas que a Ford tem recebido para a venda da Jaguar e da Land Rover.
O primeiro link é da CNBC:
http://www.cnbc.com/id/19841581
O segundo link é do Diário Económico:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/internacional/empresas/pt/desarrollo/1018379.html
A título de exemplo deixo-vos a introdução dos dois textos:
Texto CNBC:
"
Ford Motor is expected to receive opening bids on Thursday for its Jaguar and Land Rover brands from a number of companies including private equity firms and other automakers, the New York Times reported on Thursday, citing people with direct knowledge of the situation."
Texto Diário Económico:
"
A construtora automóvel norte-americana deverá receber propostas de compra pelas marcas Jaguar e Land Rover por um conjunto de interessados do que fazem parte fundos de investimento e outras construtoras, adianta a edição de hoje do ‘New York Times’ citado pela Reuters."
Se repararem, ao lerem a notícia "portuguesa", a CNBC, nunca é referenciada, apesar da cópia e tradução do textos, referindo que as fontes são o "New York Times" e a "Reuters", tal como na notícia original.
Quero acreditar que o senhor jornalista Tiago Figueiredo Silva, conseguirá muito mais do que isto e quero acreditar que o jornalismo em Portugal é muito mais do que um simples copy/paste e respectiva tradução para Português.
Até na blogoesfera, consigo ler milhares de artigos, com referências externas, mas pelo menos, os bloggers, têm o cuidado de citar e indicar qual a fonte, não se ficando pelo simples copy/paste que assistimos no exemplo que referenciei neste post.
Assim, meus amigos, não tenham dúvidas que cada vez mais, a blogesfera ganhará uma posição de destaque no universo da comunicação, tirando naturalmente algum relevo, nomeadamente à Imprensa Escrita, que está num tremenda crise.
Não consigo compreender o ânimo leve com que certos comentadores deste post levaram a situação. Principalmente por defenderem uma coisa que nem estava em causa, era basear as notícias nas agências noticiosas.
Acho que é mais ou menos claro o papel da Reuters/Lusa: grandes agências noticiosas que facilitam o trabalho aos outros jornalistas. Mas chegam? Não. Para isso, teríamos os jornais todos iguais em Portugal, por exemplo, com notícias todas iguaizinhas às da Lusa. A ideia não é escrever por palavras tuas, Carlinhos, para que não se perceba que a notícia vem da Lusa. A ideia é usar a notícia da Lusa para escrever um texto ainda melhor (e, obviamente, não se pode fazer copy paste).
Outra coisa foi o que fez o "jornalista" (aspas postas de propósito) do DE. Podia ele ter escrito a sua notícia BASEADO na notícia da Reuters (por exemplo, adaptando a notícia aos leitores e ao estilo do DE - não se tratando de disfarçar um "plágio"). O que ele fez foi agarra numa notícia de outro jornal, e traduzi-la! Como é possível que isto não escandalize ninguém toda a gente!?!?!
Uma coisa é fazer o que faz o Blitz: compra artigos da Rolling Stone (por exemplo) e traduz tudo (com referência no fim!!!). Outra é roubar artigos.
Comecemos todos a escrever crónicas nos jornais, traduzindo de outras estrangeiras (lembram-se da história?), comecemos a escrever teses com introduções teóricas copiadas de teses estrangeiras. Qual é o problema, não é?
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